18 de out. de 2012

Namorados Para Sempre (Blue Valentine, 2010)

   Eu primeiro queria demonstrar minha indignação a respeito do título do filme antes de começar a resenha. Blue Valentine aqui no título brasileiro se tornou Namorados Para Sempre, eu acho que vocês sacaram que o título ficou duas vezes maior e não entrou nada de azul, eu sei que até um macaco de circo poderia ter escolhido um título melhor para esse e muitos filmes que são alterados aqui no Brasil, mas isso é uma indignação pessoal. Eu deveria parar de falar sobre isso e falar sobre o filme que é a parte que realmente é importante.
   Blue Valentine é um filme que fala sobre um relacionamento desgastado entre duas pessoas que tentam salvar seu casamento relembrando o passado em um quarto de hotel.
   Eu estava com muito medo de assistir esse filme, eu peguei trauma desse tipo de filme no presente após assistir um filme de mesma temática com dois atores que por surpresa eu gostava. 
   Blue Valentine não me desapontou como um filme, eu na verdade gostei muito e posso afirmar que esse sim é um verdadeiro filme sobre relacionamentos.
   Derek Cianfrance que é um diretor iniciante mescla um roteiro muito bem elaborado com ótimas atuações resultando em um ótimo filme.
   A coisa do relacionamento onde o homem suplica pela atenção da esposa enquanto a própria tenta constantemente ficar longe de seu marido bêbado. 
   A coisa do relacionamento onde a mulher só busca a melhor opção para fugir e depois acaba pensando que não é realmente aquilo o que ela queria.
   Os personagens passam uma forma realista da relação. A relação mostrado do filme é a relação real longe dos contos de fadas dos filmes românticos e mesmo sabendo assim faz com que o telespectador torça pelo casal.
   A mulher só sabia colocar a culpa de todos os fracassos do relacionamento indiretamente no marido e ele só sabia pedir desculpas quando a culpa era da esposa.
   Eu gostei do filme por ele ser dessa maneira tão pessoal, não é nada igual a um conto de fadas, mas essa é a maneira que o diretor encontra de mostrar que todos nós somos daquela maneira.
   Eu não consegui identificar a Michelle, ela está realmente muito boa nesse filme. A personagem é outra história, ela é retratada como uma mulher chata de destruir mesmo o casamento e ainda deixar o marido frustrado por querer somente ela.
   Ryan Gosling é um lindo e além de lindo é ator de verdade. A interpretação dele foi ótima, eu também gostei um pouco do personagem, ele é o homem perfeito, mas retrata esse homem carente que busca a esposa.
   A trilha sonora é uma delícia, eu adorei e pra mim foi mais um ponto forte do filme.
   Eu achei que o filme deveu um pouquinho no final, mas mesmo assim só deveu, não arruinou toda a trama envolvida como acontece em muitos outros filmes. Eu pessoalmente recomendo, é um ótimo filme para quem quiser passar um tempo bem gasto.

14 de out. de 2012

Hindsight (Pureun Sogeum, 2011)

   Final de semana ou especificamente domingo, ótimo dia para aproveitar tudo o que o cinema nos oferece de melhor (ou não).
   Todo mundo já deve ter conhecido alguém politicamente correto que diz: "Não julgue o livro pela capa". A pessoa que diz isso provavelmente está se referindo a outras pessoas, eu sei, eu também falo assim sobre pessoas, pois as pessoas não escolhem suas capas, elas simplesmente nascem. Eu penso diferente ao falar sobre livros ou filmes, eles pelo contrário das pessoas podem ter a capa criada, então o processo de criação do filme começa pela capa já que é ela que vai fazer o comprador se interessar por aquilo desde o primeiro momento.
   Du Heon ou Yoon é um ex-chefe da máfia que se esforça para mudar de vida ingressando em uma escola de culinária com a esperança de fundar um restaurante. Yoon aparentemente vive uma vida tranquila, mas mal sabe ele que está constantemente correndo risco de morte quando conhece Se Bin.
   Se Bin é um tipo de espiã, ela também ingressa na escola de culinária para espionar Du Heon, mas mesmo depois de cumprir uma missão, ela recebe uma ainda mais difícil que é matar Du Heon. 
   Eu me senti nesse caso da capa a respeito do filme Hindsight. A capa é muito bonita, ela me fez querer assistir realmente ao filme e tudo o que acontece partindo desse momento que eu começo a ver o filme é culpa da capa por ter me enganado ou cumprido com minhas expectativas.
   A capa não me enganou totalmente sobre o filme, capa bonita remete a filme visualmente bonito. A filmagem foi realmente muito bonita e não posso me esquecer de todas aquelas cores deliciosas com uma cobertura amarela. Eu só arrisco em dizer que essa parte visual foi o ponto mais forte do filme. 
   A trama deve bastante comparada a parte visual. A história é lotada de clichês, não acho que isso atrapalhou já que a maioria dos filmes de ação são automáticos em clichês. As cenas de ação são bem feitas e o final pode ser descrito por mim como uma parada de Batman. A grande surpresa do filme é o final, mas para aqueles que já estão acostumados com filmes de ação pode ser uma coisa extremamente previsível.
   A grande sacada da trama foi o máximo clichê, você sabe o que acontece realmente quando o assassino se aproxima de sua vitima? A aproximação acaba criando um vínculo entre eles e essa trama previsível tem direito ao assassino protegendo quem deveria matar.
   As atuações salvam o filme de toda a mediocridade já que os únicos pontos fracos são visuais. Os atores são realmente muito bons e o elenco do filme foi muito bem escolhido contando com a presença do incrível Song Kang-Ho que se destaca tendo uma boa atuação. A atriz Shin Se Kyung também se mostrou uma boa atriz. 
   Eu classificaria o filme como bom, ele é realmente um bom filme para os que gostam de ação, mas acho que faltou aquela boa pitadinha de sal que faz um filme ser considerado especial.

10 de out. de 2012

As Duas Faces De Um Crime (Primal Fear, 1996)

   Eu sei, eu sei, eu sei que é mais um filme com o Edward Norton. O que eu posso fazer? Eu sou uma louca apaixonada por ele e por mais dois atores que vocês vão saber quem são pelos surtos psicóticos dos meus textos sobre filmes.
   Norton é um cara brilhante, ele se destaca e me surpreende a cada filme, eu não me importo se o filme é ruim, pois se tem ele no elenco, não tem como ser uma total perda de tempo. Eu não estou me referindo a Primal Fear como ruim, eu me refiro a Homens Em Fúria (Stone, 2010).
   Eu deveria parar de jogar conversa fora sobre outros filmes e começar a falar sobre esse filme aqui tratado, não é?
   Gregory Hoblit teve o filme como sua estréia nos filmes para cinema. Eu nunca assisti nenhum filme do diretor, mas sei que seus filmes são muito bem elogiados e não fico surpresa com a aprovação. Eu não sei se só eu percebo que nos últimos anos os diretores mais recentes estão se tornando muito melhores do que aqueles que dirigiram clássicos no passado. Eu não sei se isso é uma coisa ruim, mas todos os dias nomes recentes passam por cima de muitos velhos nomes e ninguém dá os valores que esses diretores merecem. A vida não é feita apenas de coisas cultas e acho que isso é uma coisa que as pessoas que supostamente gostam de cinema precisam aprender.
   As Duas Faces De Um Crime tem a trama centrada em um advogado que defende o caso de um adolescente acusado de matar um pastor a facadas. As evidências indicam mesmo que o adolescente é o verdadeiro assassino, mas o advogado não cobra um centavo por sua vontade de vencer a qualquer custo.
   Primal Fear com certeza vai ser um filme especial para todas as pessoas que gostam de uma trama bem amarrada.
   Eu pessoalmente gostei mesmo do roteiro, não acontece tudo tão rapidamente, mas também não é uma coisa tão devagar de deixar o espectador chateado.
   A técnica dos roteiristas de criar um personagem não desvendado foi ótima, não dava pra saber nem depois do filme acabar qual era a verdadeira face do criminoso. Eu me envolvi emocionalmente com o Aaron e até o fim acreditei nesse personagem. Eu não vou dizer se ele é inocente ou culpado, vocês só vão saber quem é o culpado quando assistirem ao filme.
   A lição que o personagem principal aprende serve muito para nossa vida. A realidade é um grande palco e ninguém nunca é aquilo que parece ser.
   Edward Norton está sempre incrível. Eu ouso em falar mais e mais sobre ele, pois ele é um dos únicos atores que me prendem na tela de uma maneira mágica e que me faz nunca querer sair da frente da televisão. A atuação dele aqui foi muito boa, mas não posso dizer que ultrapassou a atuação em A Outra História Americana. Eu acho que ele deveria ter ganhado uma estatueta por ambos no Óscar.
   Eu não sei o que dizer sobre o Richard Gere. Eu achei que ele estava bem apagado perto do Norton, não sei se é uma sisma minha contra, eu até li algumas opiniões no Filmow e até emprestei o filme para uma amiga. Eu só sei que preciso de uma segunda opinião, não consigo ver nada quando vejo Edward Norton.
   Primal Fear é todo esse ótimo filme, mas tem que ter um defeitinho minimo (que não arruinou nem um pouco da experiência). A coisa que me incomodou foi a duração do filme, eu não achei que foi necessário de duas horas para contar a história, mas eu não me arrependo das duas horas de filme, you know.
   Eu acho que não tenho mais nada para dizer. Eu não sei mesmo terminar uma resenha, então eu só deixo minhas saudações e o trailer desse maravilhoso filme.

7 de out. de 2012

Melancolia (Melancholia, 2010)

   As minhas férias passadas foram friamente separadas e divididas em semanas. Eu contava tudo em semanas e eu tive o prazer de assistir esse ótimo filme na minha Semana dos Semelhantes. Eu assisti no mesmo dia que assisti o excelente Confissões. Eu não sabia se os filmes eram semelhantes, mas eu fui julgado pela capa, sinopse e gênero. Eu errei pensando que os dois são parecidos no enredo. A única coisa que é semelhante entre os dois são aspectos visuais de qualidade, mas nos dois filmes esses aspectos são utilizados de maneiras muito diferentes.
   Justine e Claire são duas irmãs que foram afastadas pelo tempo. As duas voltam a se unir, mas em um momento onde tudo pode acabar quando um planeta se chocar com a Terra.
   Eu não sei se gostei de Melancolia, ele tem mais pontos positivos certos do que pontos negativos errados. Lars Von Trier é um cara enigmático que consegue fazer um filme ser previsível e imprevisível ao mesmo tempo. Eu conheci o trabalho do Lars com Dogville. A minha professora de língua portuguesa falou de Dogville lá na sala de aula e eu já bati os ouvidos. A habilidade de saber se o filme é bom só escutando seu enredo é fantástica. Eu sabia que Dogville seria um dos melhores filmes que eu assisti no ano, mas nem desconfiava que fosse um filme sem cenário. Eu pensava que a vila e os aldeões eram parecidos aquelas pessoinhas do AoE. O filme não foi o que eu imaginava, mas eu acabei gostando mais do que pensei que gostaria. Eu sou uma daquelas pessoas que corre atrás quando gosta do trabalho de alguém. Dogville foi uma grande experiência, então eu resolvi correr atrás de outros filmes do Lars.
   Melancolia é um filme que não me agradou pelo enredo. Eu reconheço que há uma grande diferença entre dizer que não gostou do filme e dizer que o filme é ruim. Melancolia não foi totalmente uma experiência ruim, mas aos meus olhos não agradou.
   Eu sempre tento me conectar com as pessoas que fizeram o filme para entender tudo melhor, mas eu não consigo entender o Lars. Eu posso tentar entender, ele já teve problemas realmente sérios e busca focalizar tudo isso em seus filmes utilizando de vários simbolismos.
   Melancolia é realmente um filme melancólico, chato, tedioso e previsível, mas ele não é melhor tipo do previsível, porque você já sabe o que vai acontecer a ainda fica sufocado quando acontece. 
   A Justine é uma personagem insuportável. Eu achei aquele drama todo do casamento muito desnecessário. A Kirsten Dunst foi incrível no papel, então eu não consegui dizer que odiei a personagem.
   A fotografia é uma coisa maravilhosa. Eu acho que a fotografia compensou toda aquela coisa previsível e chata. Os movimentos de câmera nas cenas do casamento foram tão realistas e tão bonitos. A parte visual me conquistou totalmente. Os poucos efeitos especiais também foram marcantes e conseguiram salvar a previsibilidade do final. A melhor coisa da parte visual foi a abertura, foi uma abertura impecável e que transmite muito mais do que todo o filme em si. 
   Eu digo que como crítica de cinema é um filme sensacional, mas falando como uma pessoa que vê cinema como entretenimento é realmente muito cansativo. 
   A parte visual e o sentimento que o diretor quis colocar sobre o filme é uma forma de arte muito bonita e se você leva cinema a sério vai realmente gostar dessa parte visual. 
   Eu tive todas essas emoções com esse filme e há um tempo atrás não conseguiria dizer se gostei ou não do filme, mas agora eu tenho essa opinião formada, eu vejo cinema como arte e não como entretenimento, então tudo o que eu senti escrevendo essa resenha também valeu para que eu repensasse o filme ainda sem precisar procurar nas profundezas do sentimento. 
   Eu refiz essa resenha muitas vezes e mesmo não conseguindo sentir o gosto, compreendi a alma colocada no filme.
   Eu considero mesmo como um grande filme e penso que vale muito a pena assistir novamente a Melancholia, não é possível descobrir o gosto indescritível que tem antes de pensar e repensar sobre ele e suas intenções.

3 de out. de 2012

Precisamos Falar Sobre Kevin (We Need To Talk About Kevin, 2011)

   We Need To Talk About Kevin estava há bastante tempo na minha lista. Eu nunca tratei dele como uma prioridade, eu pretendia assistir o filme sem compromisso e assim fiz. 
   Dirigido por Lynne Ramsay e roteirizado pela mesma, We Need To Talk About Kevin gira em torno de Eva e seus problemas familiares com o filho. Eva está tentando reconstruir sua vida na cidade, ela tem que aguentar o desprezo das pessoas por um fato que aconteceu há muito tempo atrás.
   A narrativa do filme é a básica de passado e futuro, essa narrativa pode confundir em muitos momentos, mas tudo se encaixa no tempo que deve se encaixar.
   Eu nunca tinha visto um filme dessa diretora, mas eu gostei do envolvimento dela com a trama uma vez que ela dirige e participa na produção do roteiro do filme. Os filmes dela são muito bem elogiados pelo público, eu pude ver a razão disso, ela manda bem na parte visual do filme que é uma coisa muito boa.
   We Need To Talk About Kevin é toda uma mistura de sentimentos, ele é um filme que te deixa perplexo, triste, revoltado e muito confuso.
   Precisamos Falar Sobre Kevin é um filme chocante, ele mostra muito bem o desprezo de uma mãe sobre um filho criminoso. A questão é que pode ser um dos motivos de Kevin, ele não tinha o amor da mãe, mas nunca sentiu remorso e nem tentou percorrer.
   Kevin é um rebelde sem causa. Eu acho que você vai odiar ele no mesmo tanto que eu odiei, ele não tinha razão para fazer as coisas que fez. Eu sei, todos nós temos um lado ruim, mas esse personagem foi assim o filme todo e nem quando ele é criança, não dá pra gostar dele e muito menos entender.
   Eu fiquei com muita dó da Eva, ela foi a que mais sofreu nisso tudo. Eu achei muito interessante esse filme por mostrar o lado dela, ela também sofreu muito pela atitude do filho, não bastava criar um menino mimado pela vida inteira, ela teve que sair culpada pelas coisas que o filho fez.
   As atuações são maravilhosas, valor ao roteiro que aproveitou muito bem de certas características e ainda mais da protagonista.
   Tilda Swinton é incrível, ela consegue demonstrar emoções de uma maneira tão sútil. Eu sofri junto com a personagem, ela retratava bem uma real mulher sofredora. 
   Eu gostei muito do filme, mas sempre tem seus poréns. Eu nunca li o livro e não sei se tem uma explicação mais detalhada, mas eu achei que o filme faltou isso. Kevin não poderia ter feito o que fez do nada, ele tinha que ter um motivo e mesmo que fosse o motivo mais fútil, eu aceitaria. Eu fico pensando se estragou a experiência, eu sei que ele teve sim o motivo, mas poderia ser um pouco mais óbvio, não são todos que compreendem as razões de Kevin. Eu mudo de ideia nessa parte, pois se ficasse mais detalhado poderia estragar o filme, não é uma coisa desvendada, você tem que desvendar.
   A fotografia e a montagem é ótima, eu adorei mesmo o trabalho dessa diretora, ela consegue montar todo um plano onde tudo é tão realista. 
   Precisamos Falar Sobre Kevin concorreu a Palma de Ouro de Melhor Direção em Cannes. Eu realmente acho justo. A Lynne Ramsay mandou muito bem com esse filme.
   Eu recomendo, mas tenho que dizer que não é um filme para todos. We Need To Talk About Kevin é o tipo de filme que você gosta ou não gosta, eu gostei e provavelmente a maioria vai gostar, pois é um grande filme.

1 de out. de 2012

A Outra História Americana (American History X, 1998)

   A primeira postagem do blog não pode ser sobre outro filme. A Outra História Americana foi o filme que me fez querer fazer um blog sobre cinema, eu posso dizer que fiz o blog apenas para falar sobre ele, não sendo meu favorito, mas muito importante na minha jornada cinéfila e moral.
   Eu precisava falar dele por vários motivos e o maior que a mensagem a atuação do Edward Norton. Eu sou suspeita a falar, pois ele é um dos melhores atualmente e um dos meus atores favoritos. Eu sabia que estava apaixonada pelo Ed, mas depois desse filme tinha caído a ficha.
   A Outra História Americana é um filme americano dirigido por Tony Kaye. Eu me sinto feliz pela ótima direção realizada e pensar que o diretor tem tão poucos filmes na filmografia. Tony teve um reconhecimento recente com o filme Desapego (Detachment, 2011). Eu realmente pretendo assistir em breve e comentar aqui no blog.
   A Outra História Americana é narrada pelo aparentemente problemático, Danny Vinyard. A sua real influência para sua atitude é o irmão neo-nazista. Danny é desafiado pelo seu professor a escrever sobre seu irmão após a saída da cadeia. Derek Vinyard não é mais o mesmo e certos acontecimentos vão sendo revelados através da convivência entre os irmãos no andamento da trama.
   A trama é centrada em um neo-nazista, mas não fala diretamente sobre o nazismo. O filme é muito bom de se acompanhar e mesmo contendo fatos, não se torna cansativo em nenhum momento.
   Eu tenho um palpite para o filme ter se tornado um filme considerado culto. A alternância entre ante-passado, passado e presente é sensacional. A criatividade é tamanha em unir quadros sem cor e quadros coloridos, eu só posso dizer que a mesclagem deu certo e conseguiu ser fabulosa.
   Os diálogos do filme também são ótimos, eles mostram bem a atitude passado e futuro de Derek e marcam esse amadurecimento do personagem.
   As atuações são o ponto mais alto do filme, eu digo com orgulho e com gosto que essa foi a melhor atuação do Norton. Eu tenho meu favoritismo especial, ele salvou vários filmes ruins, mas em um filme bom, ele sempre é brilhante e com certeza essa foi a maior superação.
  Edward Furlong também ganhou lá seus pontinhos na minha lista. Eu encaro ele como uma grande revelação da época, ele cumpriu o prometido em ser um adolescente problemático e conseguiu ser bom no papel.
   Os outros atores também foram importantes no filme, não falo de cada um individualmente para não sair do foco.
   American History X é mais umas dessas provas que eu estava precisando para constatar a injustiça do Óscar. Eu realmente não gosto dessa principal premiação, mas todo ano eu acompanho para ver a injustiça imposta. Eu nunca assisti A Vida É Bela, mas se eu percebo já escutei o nome desse filme em algum lugar. Eu acho que vocês me entenderam, certo? Os "críticos" do Óscar escolhem pelo nome e não pela qualidade do filme ou do ator. Eu me sinto injustiçada torcendo todo ano por alguém que merece e no final ganhar a pessoa que tem mais nome. Eu não estava viva no ano em que o Norton concorreu ao Óscar, mas se estivesse, estaria novamente decepcionada. Roberto Benigni pode ter sido bom em A Vida É Bela, eu não sei, eu não assisti. A realidade é que eles não ligam para a dificuldade de um certo papel. Eu não posso ver qualquer ator interpretando tão bem um homem no ante-passado, passado e presente como o Norton interpretou nesse filme. Eu realmente não acho justo, não é que eu gosto demais do Norton, mas esse papel não é mesmo qualquer ator que consegue fazer tão bem e eu disse, Derek foi um grande desafio para o Norton.
   Eu vou tentar parar de ser fã do ator e começar a falar das lições do filme. Eu realmente amo esse filme e seus valores. A Outra História Americana mostra que todos nós erramos, mas todos nós podemos mudar. A raça não define o caráter de uma pessoa e Derek tem essa lição em um bom momento e em um momento ruim, ele reconhece seu erro. Eu falando assim não parece ser uma grande coisa, mas assistindo o filme é uma sensação incrível de aprendizado, pensar e refletir sobre seus erros e sentir que nunca é tarde para mudar.
   Eu realmente amo esse filme e recomendo, ele é totalmente perfeito. Eu não entendo a razão do diretor não querer seu nome envolvido ao filme, American History X é genial, não vejo o motivo de ignorar um filme assim da carreira. Eu não ligo, não sei como deu tão certo com tantas complicações, mas o filme conseguiu ser genial e isso é o que importa.
   Eu não posso esquecer de citar que no filme A Ultima Noite (com o Norton) que tem uma boa referência ao filme. Eu vi o filme três vezes e só agora fui descobrir essa influência no IMDb. Eu também não posso deixar de citar a cena do espelho de A Ultima Noite que não é uma referência, mas é um bom desabafo que me lembrou American History X.
   Eu já recomendei e recomendo novamente. American History X é um ótimo drama, eu considero como indispensável para os cinéfilos, ele mostra uma realidade que os americanos querem esconder e toda a verdade sobre o racismo. Eu posso dizer que é um dos melhores filmes que eu já assisti.