29 de dez. de 2012

Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds, 2009)


   Falar sobre Tarantino é sempre uma tarefa difícil para mim. Eu tenho uma relação com ele sobre gostar e não gostar. Existem coisas que eu realmente gosto nos filmes do Tarantino e existem coisas que eu também não gosto, falarei desses pequenos detalhes ao longo da resenha.
   Em Bastardos Inglórios, Tarantino entra em outro nível, não um nível a baixo, mas um nível acima, pelo menos para mim. Tudo o que faltou em outros filmes do Tarantino está em Bastardos Inglórios.
   Uma coisa que eu gosto muito nos filmes do Tarantino é que ele parece fazer filmes sem se importar com o que as outras pessoas vão pensar. Primeira coisa que se pode notar em Bastardos Inglórios é a mudança do estilo desse filme para os anteriores. E isso de maneira nenhuma faz Tarantino ser menos Tarantino, vejo nesse filme que ele realmente estava tentando algo novo sem mudar sua marca.
   A trama de Bastardos Inglórios acontece em uma época de guerras. Na ocupação da Alemanha na França, a jovem Shosanna Dreyfus, filha de família judia presencia a morte de sua família pelo coronel Hans Landa, dois anos depois ela reencontra o coronel e desenvolve sua vingança que planejou por esses dois anos. Com a mesma missão também temos Aldo Raine e seus soldados judeus, Os Bastardos, que também criam um plano para derrubar os soldados nazistas.
   A primeira coisa que podemos notar nesse filme é a falta do trash. A produção desse filme foi muito maior do que a de Cães de Aluguel, por exemplo. Tarantino dessa vez não deixa brechas para cenas mal feitas, todas as cenas do filme são muito bem orquestradas, principalmente as cenas violentas. A produção de Cães de Aluguel, por exemplo, foi relaxada e irreal, o sangue parecia mais uma tinta guache usada por crianças do jardim de infância, enquanto em Bastardos Inglórios a produção é muito bem feita, totalmente realista.
   Tarantino também acerta em cheio no roteiro.  Não é novidade que ele sempre arrasa nos diálogos, mas essa se não me engano foi a primeira vez que eu gosto da ordem cronológica que o Tarantino emprega em seus filmes. A ordem cronológica de Bastardos Inglórios é uma ordem incomum, como sempre, mas dessa vez está longe de ser confusa ou desconexa. O roteiro além de ótimos diálogos também é muito original. Os fatos contados no filme não batem muito bem com a realidade, há pessoas que julgam a falta de realidade, mas eu realmente não dou a mínima, se quisesse realidade assistiria um filme biográfico e não um filme do Tarantino, certo?
   Elenco é uma coisa que nunca é um erro nos filmes do Tarantino, fico feliz que ele sempre mude de elenco, nunca é aquela mesmice, ele está sempre trabalhando com atores diferentes a cada filme que faz. Bastardos Inglórios reúne um grande elenco, temos Christoph Waltz interpretando o coronel Hans Landa, essa foi uma das melhores surpresas desse grande filme, Waltz consegue se transformar no próprio vilão, mesmo que um vilão odiável ainda um vilão cativante.
   Brad Pitt também cumpre bem o papel de Aldo Raine, confesso que fiquei um pouco frustrada na primeira cena do Brad Pitt no filme, mas foi até uma cena interessante para observar e tirar uma teoria própria. Eu pela minha visão acho que o Tarantino começou a gravar o filme do começo, digo, existem diretores que começam a gravar pelo final ou metade, mas nesse filme podemos ver que a primeira cena do Brad Pitt foi um tanto caricata, só depois das primeiras cenas que ele começa a pegar o ritmo da coisa.
   As pequenas participações de grandes atores também foram ótimas. Michael Fassbender apesar de aparecer muito como sempre deu um show de atuação, eu fiquei realmente muito feliz por vê-lo nesse filme. Martin Wuttke interpretando o Adolfinho também foi incrível, aliviou muito bem esse contexto histórico da época onde Hitler era coisa séria.
   Eu não sei se definiria o filme como um filme de vingança, no começo me fez pensar que ficaria nessa caça de judeus, mas é um filme incrível, completamente imprevisível e diferente. A trama segue um bom ritmo e o filme não se torna enjoativo em nenhum momento. As cenas de violência foram muito realistas, exageradas também, confesso que me amarro em violência, Tarantino fez isso muito bem. A vingança não é chocante, mas é sim uma boa vingança, seguindo aos sons da explosão e das armas. O final é realmente incrível.
   Bastardos Inglórios já entrou na minha lista de favoritos e esse já é com minha certeza o melhor filme que o Tarantino já fez, espero que Django Unchained e o próximo Killer Crow sejam tão bons como esse início de trilogia.

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